terça-feira, 31 de maio de 2011

ACESSO A EDUCAÇÃO JURÍDICA

O conhecimento educacional passou a ser cada vez mais exigido na sociedade soteropolitana, porém na atualidade podemos observar que a disponibilização do acesso ao diploma, na sua grande maioria, não se funde com o verdadeiro intuito de capacitação profissional.

Dando direcionamento a educação jurídica na capital baiana, temos por evidência o mercado capitalista que circunda o campo jurídico tornando-o muitas vezes inacessível, e não simplesmente como valorização e manutenção de uma cultura jurídica, arcaica, no que tange a ascensão social, mas também o controle do acesso ao conhecimento do Direito. [...] O campo jurídico é o lugar de concorrência pelo monopólio do direito de dizer o direito. [...] (BOURDIEU, O Poder Simbólico, 2000, p 212)

Não diferente do previsível ao se tratar de uma cidade capitalista, o tão almejado, exigido e necessário (em meio a tanta alienação e apropriação do direito, direito este que nem sempre a população tem a consciência da sua existência) conhecimento da interpretação jurídica e reconhecimento das leis vigentes, estão sendo leiloados.

Aqueles que conseguem romper essa primeira barreira econômica do monopólio do conhecimento jurídico deparam-se com a “uniformização” do mundo jurídico, que dita postura corporal, vestuário (valendo ressaltar que traje forense não tem valor econômico pequeno) e oratória baseada em palavras jurídicas. Quesitos estes que seguem selecionando e excluindo pessoas da educação jurídica.

No momento surgem diversas faculdades particulares oferecendo o curso de Direito, umas com um ensino exemplar e mensalidades caras, outras com valores um pouco menores, porém não possuem um ensino sério. O que fica claro em toda essa situação de requisitos financeiros, comportamentais e sócias é que a educação jurídica esta se igualando a uma mercadoria que apenas poucos podem adquirir.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

BAUMAN, ZYGMUN. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário