Entrevistas

• Entrevista concedida por Fernando Pereira Lima, 20 anos, estudante do curso de Direito, à aluna Maiara Rodrigues, no dia 30/05/2011, às 14:06h, via MSN:

M. R. - Onde você cursa a faculdade e em que semestre você está?
F. L. - Curso na Faculdade Maurício de Nassau (Salvador - Campus Patamares) e estou no 5º semestre.


M. R. - Quais os motivos que o levaram a escolher o curso de Direito?
F. L. - Sempre tive esse desejo desde pequeno. Adorava como os advogados nos filmes conseguiam virar o jogo no último segundo e também adoro debates, como também mudar a opinião alheia.

M. R. - Você estudou o ensino fundamental e médio em escola pública ou particular?
F. L. - Até a 2ª série, em escola particular. Da 3ª em diante, escola pública.

M. R. - O que você acha das instituições públicas de ensino? Elas realmente preparam o aluno para ingressar numa faculdade?
F. L. - O ensino das instituições públicas na verdade não preparam o aluno para nada. Vale a velha máxima: "os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem". O ensino é bastante precário, não há incentivo para que nenhuma das partes (AlunoxProfessor) dê o seu melhor. Se não houver um real desejo pelo estudante de correr atrás e estudar por si só, almejando algo melhor para si, como se preparar para conseguir vaga em alguma faculdade, este está fadado ao fracasso.

M. R. - O que você acha do nível de ensino do curso de Direito? Você se sente seguro em relação a prova da OAB?
F. L. - O nível de ensino do curso de Direito, na minha opinião, está muito aquém do que de fato deveria ser. Deveria ser um curso mais puxado, aliando sempre a teoria e a prática, deveria ser obrigatório às instituições de ensino incentivar os seus discentes a pesquisas formando grupos de pesquisa, em suma, há várias coisas que poderia ser feita para aumentar o nível do ensino do Direito, mas que infelizmente não é feito. Quanto ao exame, eu me sinto seguro sim. Eu acredito que as faculdades deveriam exigir mais dos alunos, como dito acima, porém, também acredito que cabe aos discentes se dedicarem muito mais fora dos muros das instituições de ensino, senão, de nada vale. Acredito que para quem se dedica além do que lhe é cobrado e tem segurança de que o que você segue é o correto, a prova da OAB não significa nada além de mais uma das milhares de provas que fizemos e faremos por toda a vida.

M. R - Fernando, muito obrigada pela paciência e atenção. Essa entrevista será publicada no blog Educação Jurídica.
F. L. - Eu que agradeço a honra de me convidar para participar deste trabalho.



• Entrevista concedida por Thamiris Bacelar, de 22 anos à estudante Rosemeire Brito, via e-mail:

- Onde você estuda e que semestre está cursando?
R: Graduando na Universidade Jorge Amado, cursando 3° semestre de Direito.

- Você acha que seus pais e a sociedade em geral te influenciaram na escolha do curso?
R: Na verdade, desde pequenos sofremos em parte um pouco de influência no que se refere a escolha da profissão, inclusive dos nossos pais, mas a busca de preservar nossos valores e galgar novos objetivos fez com que eu pudesse escolher o curso de Direito. 

- Qual sua opinião em relação a excessiva quantidade de vagas ofertadas pelas instituições de ensino particulares para o ingresso no curso superior?
R: Na minha concepção reflete um desequilíbrio educacional, pois quando não se tem vagas suficientes em instituições públicas por falta de verbas, professores, investimentos; as faculdades particulares tentam usar dessa ferramenta para suprir uma falha desse sistema, que muitas vezes é arriscado, pois não seleciona de forma adequada quem  deve participar da instituição.

- Como você avalia o acesso da sociedade à educação? Na sua opinião, esse direito realmente atinge a todos?
R: Se formos buscar nos nossos antepassados, realmente o acesso à educação está  mais democrático, a pergunta que se deve fazer é a seguinte: qual a qualidade da educação nos dias de hoje?  Sem sombra de dúvida está mais acessível, mas a qualidade é para poucos.




Entrevista concedida por Ayalla Magalhães, de 19 anos à estudante Cintia Ramos, via Msn:

Em uma conversa informal que tive com a entrevistada, ela me confidenciou que trocou o curso de Direito, o qual havia escolhido desde os sete anos.

C.R- O que esta fazendo nesse momento? Faculdade? Cursinho pré-vestibular?

A.M - Cursinho.  Não prestei vestibular este ano, então... Voltei para o curso.


C.R- O que pretende fazer este ano?

A.M - Mudei de curso, agora quero Odontologia.


C.R – O que te motivou a mudança de curso?

A.M – Ah! Além da atual situação do mercado? Saturado... Eu me apaixonei por odontologia. Simplesmente, deixei de gostar de Direito...Comecei a perceber que não era para mim, eu não seguia muito o perfil do curso.


C.R – E como você acha que seja o perfil adequado para o curso?

A.M - É para quem gosta mesmo de ler, porque você passa a vida toda de cara nos livros...Se você quiser fazer um concurso público, a concorrência é monstruosa. Está cada vez mais apertado, mais exigente.


C.R – Quem/O que te influenciou na escolha do curso de Direito na época?

A.M – Minha mãe.


C.R – Ela lhe influenciou desde a sua infância?

A.M – Não. Mais ela sempre conversava sobre o quanto gostaria de fazer, acabou não fazendo e me influenciando.


C.R – Você acha que todos têm acesso a Educação Jurídica?

A.M - Não... Afinal de Contas só existe duas opções; cursar a faculdade pública, ou a particular, tanto uma quanto a outra não é fácil. Uma pelo capital financeiro e a outra pela quantidade de pessoas que concorrem pela vaga do curso desejado.


C.R – O que você acha que se precisa ter, para garantir o acesso ao curso?

A.M - Ser cotista. Ter vindo de bons colégios, porque a concorrência é forte, ou ter dinheiro para pagar uma faculdade particular.


C.R – Quais as maiores dificuldades enfrentadas para o ingresso na faculdade pública?

A.M - Alta concorrência somada ao ensino básico de pouca qualidade do país.


C.R - E quanto ao excesso de cotas? Pois hoje em dia, o Brasil é movido a cotas, o que você acha sobre isso?

A.M - Eu acho que o melhor presente que o governo daria a sociedade, seria investir de verdade em educação básica... Para que todo mundo possa competir de igual pra igual no vestibular... Pois não adianta nada entrar e não conseguir se desenvolver dentro da faculdade, ficar só esquentando vaga.


C.R – Você acha que a enorme quantidade de vagas ofertadas pelas universidades privadas, deveriam ser contidas? Por quê?

A.M - Eu acho q sim. Porque a gente tem q ter qualidade e n quantidade de pessoas. Algumas faculdades oferecem mais de 120 vagas, e basicamente toda faculdade particular tem Direito. Pense... As pessoas levam 5 anos para se formar em direito, mais acabam trabalhando em outra coisa, por não terem sido qualificadas.


C.R - Ah isso é verdade, quantas pessoas, terminam a faculdade de direito, e fazem outra faculdade, porque não conseguem ingressar no mercado de trabalho...

A.M – É... Só que esta gerando dinheiro não é? Talvez por isso não tenha essa contenção, são altas mensalidades e impostos absurdos.


C.R – Já que o Mec ainda não regulamenta sobre a incidência excessiva nas instituições de ensino superior. A OAB funciona como filtro. Com base nesses aspectos, o que você acha sobre a prova? É realmente uma medida preventiva para a garantia de um bom profissional?

A.M – Perfeita. Muita gente se forma, porém não consegue passar. A prova é o indicador, da boa e da má qualidade do ensino superior.



Entrevista concedida por Célia Santos, de 53 anos à estudante Itana Fonseca:

  
I.F - Qual a profissão da senhora?
C.S – Professora Licenciada em Letras e Língua Estrangeira.
 I.F - Qual o posicionamento da senhora, como professora de Língua Portuguesa, a respeito da dificuldade da população referente à compreensão da linguagem jurídica?
   C.S - Acredito que a dificuldade está relacionada com a capacidade de compreender textos.  A compreensão de um texto requer habilidades que são adquiridas quando se forma um leitor e para essa formação é necessário ter acesso aos mais variados portadores textuais (livros, jornais, revistas etc), bem como aos bens culturais. Como esse universo de comunicação nem sempre está disponível, essas habilidades não são desenvolvidas e a população acaba sendo prejudicada.
   I.F - Sendo a capitalismo um dos controladores do acesso ao conhecimento jurídico, o que a senhora acha da educação jurídica estar sendo tratada como mercadoria na atualidade?
      Como educadora e cidadã acho péssimo. Vejo educação como um instrumento de libertação, e prefiro acreditar que essa afirmação não seja real.

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